Wednesday, March 6, 2013

Festival de besteiras, em bytes e papel

Um dia desses, um amigo me recomendou ver uma foto num blog, de uma corrida nos anos 70. A corrida foi identificada erroneamente, assim como os carros e pilotos. As bobagens dos comentários só levavam a caminhos mais tortuosos ainda. Tentei comentar e corrigir, porém, tinha que fazer algum tipo de inscrição e estava muito ocupado. A besteira vai continuar no ar.

O pior é que muitos vão insistir que os "fatos" apresentados são verdadeiros, quando não são. E discussôes intermináveis permanecerão na blogosfera para sempre.

Não sou imune a erros. Nas últimas duas semanas, o amigo Paulo Lava detectou dois pequenos erros em dois textos meus. Depois de comprovado o fato, um deles foi corrigido imediatamente. O outro requer uma explicação mais longa.

Daí me dou conta de que informações furadas são uma tradição na cobertura automobilística, e por conseguinte, até mesmo nos livros e blogs.

Eis algumas, das mais recentes que li.

Um artigo sobre Pedro Paulo Diniz informa, com autoridade, que seu pai Abilio ganhou as 24 Horas de Interlagos. Mentira. Ganhou as 12 Horas e as Mil Milhas.

A manchete dos 500 km de Interlagos de 1972, na revista QR, tem a palavra Interlagos escrita, em caixa grande INTERLARGOS (edição de Outubro de 1972).

Um jornalista cobrindo a Stockcar para uma revista ESPECIALIZADA em automobilismo, nos anos 90, nos informa, em primeira mão, que o Ingo Hoffmann é mineiro...

Nelson Piquet é identificado como Nelson Pikaet, num artigo sobre kart na QR. Ainda bem que não escreveram Pikaret.

Os livros de automobilismo, vendidos a preço de ouro no Brasil, também contêm miríades de erros, alguns sobre fatos muito básicos, de amplo conhecimento. Como confiar, então, nos "furos exclusivos" e informações obscuras?

Não vou mencionar nomes, pois meu intuito não é criar inimizadas, porém um livro escrito por um ex-repórter que cobriu a F1 nos anos 70 contém tantos erros que nem parece que foi o dito cujo que o escreveu.

Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo, e também erra. Só não ganha um centavo para escrever sobre o assunto.

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