Wednesday, March 27, 2013

Automobilismo Brasileiro em 1981, Parte 4



Comparação com 1971

Recentemente, publiquei uma série sobre o automobilismo brasileiro em 1971. Gostaria de fazer, neste post, uma comparação desta temporada com 1981.

1971 foi a primeira temporada com diversos campeonatos brasileiros em modalidades diferentes - carros esporte, carros de turismo e fórmula. Em 1981, os carros esporte haviam desaparecido do nosso automobilismo há muito tempo, e todos campeonatos eram de monopostos e carros turismo.

De fato, a temporada de 1971 foi mais interessante sob o ponto de vista de diversidade, pois muitas foram as marcas e tipos de carros que disputaram corridas naquele ano, desde o potente Porsche 908-2 a humildes DKWs que ainda insistiam em correr no Sul. Já em 1981, o quesito diversidade foi bastante fraco - somente na Fórmula Fiat, que herdara os monopostos da Fórmula VW 1300, havia um grande número de marcas.

Em 1971 só havia três autódromos de asfalto em atividade no Brasil, Interlagos, Vírgilio Távora e Tarumã. A pista de Fortaleza só realizava corridas regionais. O Rio estava interditado, Curitiba em reformas, e Cascavel, Joaçaba e Guaporé esperavam o asfalto. Ainda se realizavam corridas de rua, por exemplo, em Anápolis e Belo Horizonte. Por outro lado, em 1981 não foram realizadas provas de rua, e diversos autódromos eram incluídos no calendário nacional - Interlagos, Tarumã, Cascavel, Guaporé, Brasília, Rio de Janeiro, Fortaleza e Goiânia. Além disso, inaugurara-se uma pista um tanto improvisada em Recife.

O fato mais importante, ao comparar as duas temporadas é que em 1971 somente a Fórmula Ford contava com apoio de uma fábrica, ao passo que em 1981, só a Divisão 3 e Fórmula 2 Brasil não tinham apoio direto de fábricas. A Ford, Chevrolet e Fiat patrocinavam torneios.

Outra grande diferença foi a grande diversidade de provas internacionais realizadas no Brasil em 1971 (carros esporte, Fórmula 3 e Fórmula 2), ao passo que somente a Fórmula 1 e o Mundial de Rallyes traziam pilotos internacionais às nossas pistas.

O calendário brasileiro também tinha um bom número de provas de longa duração em 1971, ausentes em 1981.

Qual foi mais memorável? Os saudosos e românticos sem dúvida apontarão 1971. Apesar de o esporte ser mais organizado e profissional em 1981, a grande dependência nos torneios monomarcas criara um automobilismo um tanto burocrático no Brasil, apesar da qualidade de algumas provas.

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