Thursday, April 18, 2013

Mundial de Marcas 1973, parte 5

O campeonato voltava a uma pista mais tradicional, o autódromo de Monza e seus 5,775 km. Com isso, os organizadores puderam aceitar mais inscritos, e na realidade, nada menos do que 68 carros foram inscritos, 50 treinaram e 36 largaram.

Curiosamente, o plantel de carros de 3 litros diminuiu, em vez de aumentar. A Ferrari voltava a inscrever três carros, a Matra-Simca dois, e a Mirage dois. A Alfa da Brescia Corse estava de voltava, porém, nada de Alfas da Autodelta. Os mesmos Porsche 908 da corrida de Dijon estavam presentes (Joest-Casoni, Haldi-Fernandez e Wicky-Cohen Olivar). Além destes, a Lola-Cosworth de Pica-Pianta. Os porsches de fábrica voltavam a ser inscritos entre os protótipos, por terem novas peças de suspensão, e Manfred Schurti era usado pela primeira vez pela equipe de fábrica, fazendo parceira com George Follmer.

Entre os 2 litros, algumas novidades. As 3 Lolas da equipe Bonnier tinham patrocínio do Banco Internacional de Portugal, e de fato, dois carros tinham pilotos exclusivamente portugueses, Carlos Santos-Mario Cabral (ex piloto de F1) e Carlos Gaspar e Jorge Pinhol. O outro carro tinha um raro piloto norueguês, Ray Fallo, e o mais conhecido José Dolhem.

Andrea de Adamich, sem carro da Autodelta, estava presente num March-BMW, fazendo dupla com Gabriele Serblin e patrocínio da Ceramica Pagnossin (lógico). Na corrida mesmo, De Adamich não chegou a pilotar. Esta era a primeira vez que um March largava numa corrida do Mundial de Marcas.



O March-BMW de Serblin-De Adamich.

A equipe Kremer abrilhantava a classe GT, com Schickentanz-Kremer e Fitzpatrick-Keller.

Entre os carros que não se classificaram para a largada estava o Ligier de Ligier-Jarier, e dois velhíssimos Porsches, um 907 e um 910. O carro menos veloz, uma Ferrari Daytona, fez um tempo 30 segundos inferior ao pole, mais uma vez  marcado por Cevert, seguido de Ickx, Pescarolo e Reutemann. A Matra-Simca de Cevert novamente teve problemas, logo na primeira parada. A alavanca de câmbio emperrou e o piloto galã perdeu muito tempo nos boxes até engatar novamente. Com isso, o caminho ficou livre para Ickx-Redman, apesar dos esforços do gálico. A Matra de Cevert voltou a ocupar a liderança, quando Ickx parou para reabastecimento, porém o carro 7 mais uma vez deixou a equipe na mão, eventualmente terminando em décimo primeiro.

A Ferrari de Pace-Merzario abandonou logo no início, porém, Reutemann-Schenken fizeram uma boa corrida e chegaram em segundo, portanto, 1-2 Ferrari, seguidos de Pescarolo-Larrousse. O primeiro lugar da classe 2 litros foi a Lola da Brescia Corse, com Pooky-Giancarlo Gagliardi, que assim humilhou a Alfa da mesma equipe. Schickentanz e Kremer ganharam a classe GT, chegando num bom oitavo.

A Ferrari assim conseguia sua primeira vitória, e continuava a liderar o campeonato.

A corrida de Monza foi bastante internacional. Participaram da corrida pilotos da Itália, Inglaterra, França, Alemanha, Suíça, Brasil, Argentina, Portugal, Espanha, Holanda, Liechtenstein, Noruega, Estados Unidos, Austrália, Bélgica, Nova Zelândia. Além disso, treinou, sem se classificar, um piloto da Irlanda, além serem inscritos, sem comparecer, pilotos da Áustria e Suécia.

Carlos de Paula é tradutor, escritor e historiador de automobilismo, baseado em Miami

No comments:

Post a Comment