Friday, February 8, 2013

Luigi Salva o ETC


Há alguns dias atrás escrevi sobre o maravilhoso campeonato Europeu de Turismo de 1973, e como em 1975 o campeonato já estava em frangalhos e plena decadência. As equipes de fábrica simplesmente desapareceram, os pilotos conhecidos também, mas para salvar a coisa, o preparador Luigi Cimarosti, belga de origem italiana, abrilhantou o ETC de 1976 com seus BMW 3.0 CSL.
Os pilotos do carro principal eram Jean Xhenceval (que sobrenome bonito, cá entre nós) e Pierre Dieudonné, este último um dos concorrentes do Alex Dias Ribeiro na F3. O par ganhou cinco corridas (em Brno Umberto Grano os ajudou) e levaram o campeonato. O aristocrata e também belga Hughes de Fierlandt participou de duas vitórias de Xhenceval e Dieudonné, e ganhou uma outra prova com Patrick Neve, e uma quarta com Claude de Wael e Gunnar Nilsson. Foi uma festa belga, pois só o sueco Nilsson não era belga nesse pessoal todo.
Infelizmente, a equipe perdeu a mais importante corrida do ano, as 24 Horas de SPA realizadas justamente na Bélgica, corrida ganha pelos também belgas Jean-Marie Detrin, Nico Demuth e "Chavan".
Houve duas boas novidades no ano que indicavam uma luz no fundo do túnel. A primeira foi o fato da Alfa-Romeo finalmente ter achado um bom substituto para a sua linha GTA-GTAM, que ganhou muitas corridas até 1970 - a bem preparada Alfetta GT 2.0. O principal piloto da Alfa foi Amerigo Bigliazzi, que chegou em quarto no campeonato, e de fato, ganhou a prova de Vallelunga com Spartaco Dini, a primeira vitória da Alfa na geral desde 1970. Em SPA, a Alfa chegou em segundo, terceiro, quarto e sexto(Andruet-Dini, Imbert-Beguin, Ballot-Lena-Frequelin e Bigliazzi-Zeccoli-Crespin).
A chegada da Jaguar também prometia bastante. Em Silverstone, Derek Bell e David Hobbs fizeram uma boa corrida, com Bell marcando a pole e melhor volta. Entretanto, o carro não durou muito. Além do Jaguar de 5,3 litros, a British Leyland também usou um Triumph Dolomite, pilotado por Brian Muir e Andy Rouse. Infelizmente, essa volta da Jaguar não deu muito certo, e no ano seguinte, reforçada por Tim Schenken e John Fiztpatrick, além de Bell e Rouse, o máximo que a Jaguar conseguiu foi um segundo lugar.



O ETC continuou sendo domínio do fabuloso BMW 3.0 CSL, embora no ano seguinte Xhenceval-Dieudonne tenham relegado a sua coroa a Dieter Quester. O longevo Quester, diga-se de passagem, foi o único piloto a ganhar este campeonato em três décadas diferentes (nos anos 60, 70 e 80), e com quase setentão nas costas ainda faz suas corridinhas por aí.

No comments:

Post a Comment